“Regozigemo-nos e alegremo-nos nele.” (Salmos 118:24, ARA). Repare que quando o texto fala em alegria não está no singular; está no plural. Isto porque a alegria conjuga-se no plural. A alegria pode ser pessoal, mas nunca individualista. Ela não é possível no egoísmo ou no isolamento. A felicidade nunca é alcançada numa busca ou conquista pessoal. É alcançada como consequência de ajudarmos outros a serem felizes. A qualidade dos relacionamentos com outros e a capacidade para darmos e nos darmos aos outros é diretamente proporcional à felicidade. Há pessoas que dizem que outros impedem-nas de serem felizes. Ou que fizeram algo que está a bloquear a sua felicidade. Deixam de entender que não depende do que os outros nos fazem, mas do que fazemos aos outros. Quando entendo que não sou um fim, mas um meio para ajudar e abençoar outros, é quando me sinto mais abençoado… e feliz.
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Lições sobre Atitude (21) – Atitude de compaixão (2): Envolver-se com os sonhos dos outros6/11/2013 “Eles responderam: ‘É que cada um de nós teve um sonho e não há ninguém capaz de nos dar a devida interpretação.’ Então José disse-lhes: ‘Só Deus é que pode dar-nos a interpretação dos sonhos! Contem-me lá aquilo com que sonharam!’” (Génesis 40:8, BPT). José não ficou satisfeito apenas com a informação da perturbação dos dois presos. Não ficou pela superfície do problema. Envolveu-se de “corpo e alma”. Propôs-se persistir num processo. E incluiu Deus nele. O que mais uma vez é impressionante nesta história e na atitude de José, é o objeto do envolvimento: sonhos. José ouve falar de sonhos e não reage negativamente. É que todos os seus problemas começaram com o seu sonho. E tudo aconteceu ao contrário do que sonhou. A maioria das pessoas no lugar de José, não acreditaria mais em sonhos. Desprezaria por completo qualquer menção de sonhos. Mas José envolveu-se com os sonhos dos outros. Envolveu-se porque continuava a acreditar em sonhos. Continua a acreditar no seu sonho. Continuava a acreditar num Deus de sonhos. Um Deus que dá e cumpre sonhos. Desta forma, em vez de matar sonhos, alimenta os sonhos. Em vez de desencorajar os sonhos, ora por eles; pede a Deus pelos sonhos. Mais uma vez, a sua atitude vai fazer a diferença. Porque é o seu envolvimento com os sonhos dos outros que irá permitir o cumprimento do seu sonho. Tudo ficou interligado. A ironia da vida: enquanto contou o seu sonho vaidoso, aconteceu tudo ao contrário; quando se envolveu com os sonhos dos outros, o seu sonho cumpriu-se. E é uma grande lição para nós: os nossos sonhos cumprem-se quando nos envolvemos com os sonhos dos outros. Os nossos problemas são resolvidos quando ajudamos outros com os seus problemas. As nossas lutas são vencidas quando ajudamos outros nas suas lutas. A questão não é apenas: O que fazes para que o teu sonho se cumpra? A questão mais pertinente é: O que fazes para que o sonho de outros se cumpra? O princípio de semear e colher é mais real na vida humana, do que na vida vegetal. É mais infalível no coração dos homens do que nos grãos da terra. “José reparou que estavam perturbados com qualquer coisa e perguntou-lhes: O que é que se passa com vocês?” (Génesis 40:6,7, OL). Há pessoas que infligem dor nos outros. Há pessoas que fogem da dor dos outros. E há pessoas que se envolvem com a dor dos outros. Jesus contou uma história onde refere estes três tipos de pessoas: os ladrões que infligiram dor numa pessoa, deixando-a quase morta. Os sacerdotes religiosos que passaram e se afastaram do homem em necessidade. O samaritano que passou, desceu do seu cavalo, tratou das feridas do homem caído, levou-o a uma estalagem e pagou para cuidarem dele até à sua completa recuperação. O que é marcante nesta história não é tanto a personagem dos ladrões. Todos esperam que eles façam o que fizeram, mesmo sendo reprovável. O que fez comichão nos que ouviram a história (e continua a fazer ainda hoje) é a postura dos sacerdotes religiosos. Não se envolveram com o moribundo porque de acordo com a lei, ficariam impuros e impossibilitados de ministrar no templo durante alguns dias. Como tal, entenderam que não poderiam sujar as mãos com a dor dos outros. E cometeram uma loucura maior do que os que fizeram o mal: não fizeram o bem. Martin Luther King protestou acerca disso: “O que me perturba não é o grito dos maus; é o silêncio dos bons”. Edmund Burke disse: “Tudo o que é necessário para o triunfo do mal é que os homens bons nada façam”. Não deixa de ser um paradoxo gritante e inaceitável: Vão a caminho do templo ensinar as pessoas a fazerem o bem, mas não o fazem. Não o fazem porque, caso contrário, não poderão ensinar. E deixaram de entender que o poder do ensino é o exemplo e que sem ele não há efetivamente ensino. Deixaram de compreender que se tivessem ajudado o homem, ficariam impossibilitados de ensinar verbalmente, mas ensinariam com o impacto e retórica que as palavras nunca alcançarão: as ações! Viviam para serem puros, mas perderam o poder de tirar outros da impureza. A pureza, tal como o amor, ou qualquer outra virtude, só tem valor enquanto pudermos influenciar outros a serem assim também. Caso contrário, a aparente virtude torna-se no pior defeito: a pureza torna-se exterior, cerimonialista, exclusivista, orgulhosa e condenadora (ou seja, deixa de ser pureza). O amor torna-se preconceituoso, condicional, conveniente e seletivo (ou seja, deixa de ser amor). E por aí em diante… O que faz com que a história passe de marcante a escandalizante é a identidade do personagem que se envolveu com a dor do maltratado: samaritano! Os samaritanos eram considerados (ou seria melhor dizer desconsiderados?), pelos judeus, a escória da sociedade, povo maldito, pessoas do mais baixo nível. É precisamente um samaritano que vai fazer o que as pessoas mais conceituadas na sociedade não fizeram. A lição subjacente a tudo isto fica clara: não importa a tua religião, a tua posição (ou falta dela), ou status (ou falta dele). Não importa tanto o que crês e o que falas. O que realmente importa é o que fazes. Mas há outra lição importante. O samaritano estava habituado a ser maltratado pelos judeus, a ser desprezado, a ser marginalizado, a experimentar a dor. Talvez por isso, ficou mais sensível à dor, mais empático para com o ferido, movido de compaixão pelo necessitado. As aflições nunca são em vão quando crescemos com elas, quando aprendemos alguma coisa delas, quando nos habilitam a consolar e curar outros que passam por elas. Lições sobre Atitude (19) – Atitude de compaixão: envolver-se com as perturbações dos outros1/11/2013 “José reparou que estavam perturbados com qualquer coisa e perguntou-lhes: O que é que se passa com vocês?” (Génesis 40:6,7, OL). As aflições e dificuldades que José atravessou dotaram-no de uma extrema sensibilidade para com o sofrimento dos outros. Muitas pessoas ficam mais endurecidas a amarguradas quando passam por grandes adversidades. Tornam-se indiferentes para com a dor dos outros. Na realidade, querem que os outros passem pela dor. O seu pensamento é: “Se eu passei por tanto, precisas passar também…”. Ou então: “Queixas-te do que sofres? Devias ter passado pelo que passei… não tenho pena nenhuma porque isso não é nada comparado com o que experimentei”. Outras pessoas, ao passarem pelo mesmo tipo de adversidades, tornam-se mais sensíveis, mais empáticas e consoladoras para com os que sofrem. O que faz a diferença? Mais uma vez, a atitude. José venceu a amargura com o amor que cura. A sua experiência com a dor, tornou-o mais sensível com a dor dos outros. Ele percebeu que dois presos estavam perturbados, que estavam carregados de tristeza. Poderia ver isso como algo normal na triste vida de alguém que está preso. Poderia não se ter importado o suficiente para não querer saber e se envolver. Mas José decidiu perguntar o que se passava. Envolver-se. Compreender. Amar. “Porque estão tristes os vossos rostos?” (Génesis 40:7, AEC). Há pessoas que infligem dor nos outros. Há pessoas que fogem da dor dos outros. E há pessoas que se envolvem com a dor dos outros. Com quais te identificas mais? "Pai, nas tuas mãos entrego meu espírito" (Lucas 23:46, ARC). Estas foram as últimas palavras de Jesus antes de morrer. A verdade é que não foi a tortura que matou Jesus; não foi a crucificação que lhe tirou o fôlego da vida. Jesus morre quando entrega o seu espírito ao Pai. Fica claro que não foram os homens que lhe tiraram a vida; foi Ele que livremente a deu. Por isso os soldados romanos, quando foram tirar os corpos da cruz, antes do tempo habitual, por ser a preparação da Páscoa, admiraram-se de Jesus já estar morto (1). O próprio Pilatos (governador Romano) se admirou (2). Todos os outros crucificados ainda não tinham morrido; não era algo normal. Jesus sempre esteve no comando das operações e morre fisicamente quando decide; quando o sacrifício ficou completo. E entrega-se para onde sempre esteve: os braços do Pai. Este é o 7º benefício da cruz: Jesus morreu na cruz para nos proporcionar os braços do Pai. O homem estava separado do Pai, pela sua desobediência. Estava desamparado, perdido, sozinho e vazio. Pela cruz, Jesus reverte essa situação e dá ao homem a oportunidade de ser perdoado, de ter a vida eterna, de ser adotado como filho, de ser reconciliado, de ser satisfeito, de encontrar descanso... tudo isso para estar e por estar nos braços do Pai. Nos braços do Pai há amor e aceitação; há conforto e satisfação; há paz e segurança; há amparo e proteção. A felicidade não depende da quantidade de abraços humanos; mas do calor dos braços do Pai. A segurança não depende do tamanho das tempestades; mas da solidez dos braços do Pai. O sucesso não depende da força dos nossos braços; mas do poder dos braços do Pai. Tal como Jesus, podes estar a enfrentar situações torturantes; pregos muito dolorosos. Faz como Ele: entrega-te nos braços do Pai. O teu futuro não ficará ao sabor da sorte, nem da tragédia das circunstâncias, nem da intenção humana. Estará seguro, nos braços daquele que não falha... “O Deus eterno é o teu refúgio e por baixo estão os seus braços eternos” (Deuteronómio 33:27, OL). “Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará” (Salmos 91:1, ARC). (1) João 19:32-34. (2) Marcos 15:44. P.S.: Se gostaste, deixa um comentário. |
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