“E José fez habitar a seu pai e seus irmãos e deu-lhes possessão na terra do Egito, no melhor da terra, na terra de Ramessés (…).E (…) sustentou de pão a seu pai, e a seus irmãos, e a toda a casa de seu pai, segundo as suas famílias.” (Génesis 47:11,12, ARC). Vivemos num mundo marcado pela violência e pela vingança. Os filmes que mais vendem e emocionam são carregados de histórias de vingança. O amor que é apresentado e que é oferecido pelas pessoas, na esmagadora maioria, é extremamente limitado e condicional. Egoísta. Doente. A graça continua a fazer muita falta, num mundo repleto de imperfeição, indignidade e injustiça. Não há maior prisão do que o desempenho. Pessoas que se sentem mal pelo mal que fizeram. Pessoas que se sentem mal pelo mal que lhes fizeram. Pessoas que tentam sentir-se bem pelo bem que fazem. Pessoas que procuram sentir-se bem pelo bem que esperam que lhes façam. Pessoas que procuram o favor de Deus pelo que fazem. Pessoas que se sentem rejeitadas por Deus pelo que fizeram. Pessoas que amam quem lhes faz bem. Pessoas que procuram ser amadas, fazendo o bem. Pessoas que odeiam quem lhes fez mal. Pessoas que querem vingar-se… Este tipo de atitude tem um denominador comum: o desempenho. Num mundo imperfeito, quando o desempenho é o foco, a prisão é a consequência, a amargura é a manifestação e a felicidade é a desaparecida. Só uma coisa pode libertar, restaurar, preencher, completar, elevar e capacitar – a graça! É ao compreendermos e aceitarmos a graça de Deus que podemos ser salvos: “Pela graça sois salvos” (Efésios 2:8, ARC). É ao nos agarrarmos a esta graça que podemos sentir-nos amados. Ficar com ela, e só ela, é que permite sermos felizes. Quanto mais experimentamos esta graça, mais habilitados estamos em dá-la: “De graça recebestes, de graça dai” (Mateus 10:8, ARC). As pessoas não dão graça porque não recebem graça. Nunca a viram, nem experimentaram. Quando a experimentamos da parte de Deus, podemos dispensá-la aos humanos. A maior proeza não são os feitos; é o que fazemos com eles. A maior proeza de Deus não foi a encarnação, ou a crucificação. Foi a forma como deu isso a quem não merecia. A maior proeza de José não foi a sua capacidade de gestão. Foi a forma como a usou. Foi a sua decisão em perdoar. Foi a sua determinação em ajudar quem lhe fez mal. Em abençoar quem o amaldiçoou. Em cuidar de quem o vendeu. Maravilhosa Graça! Que nos permite conhecer um Deus que ama incondicionalmente. Que nos permite superar as feridas de quem não ama. Que permite amar como Deus ama. E sermos livres, felizes. E ajudar muitos outros a encontrarem Gósen – o melhor lugar no mundo. Só a graça nos leva lá…
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“E José fez habitar a seu pai e seus irmãos e deu-lhes possessão na terra do Egito, no melhor da terra, na terra de Ramessés (…).E (…) sustentou de pão a seu pai, e a seus irmãos, e a toda a casa de seu pai, segundo as suas famílias.” (Génesis 47:11,12, ARC). Quando o mundo foi assolado por uma grande crise internacional, todas as nações recorreram a José, o governador do Egito, o maior Império. Porque, pela sua sábia gestão, o Egito desfrutava de muitas reservas de alimento. O povo Israelita, de onde vinha José, não foi exceção. E os seus irmãos viajaram para o Egito, para comprarem alimento para a sua família e povo. O encontro de José com os irmãos é o ponto alto da sua história. Foi impressionante! Os seus irmãos ficaram com medo que ele se vingasse. Mas o que José fez foi algo da mais elevada nobreza de caráter e atitude: perdoou-os, amou-os, ajudou-os, abençoou-os. A reação de José para com os irmãos poderia verificar-se de várias formas. Poderia vingar-se (tinha o poder e a oportunidade para o fazer). Poderia perdoá-los e não vingar-se – não lhes dar a paga que mereciam. Ou ainda, abençoá-los. Não só não os castigar, mas dar-lhes um prémio. A terceira opção foi o que José fez com os seus irmãos. Uma péssima atitude é fazer o mal a alguém. Uma má atitude é vingar-se de quem faz mal. Não ter uma má atitude é não se vingar de quem faz o mal. Ter uma boa atitude é fazer o bem. Ter uma grande atitude – ou atitude excelente – é fazer o bem a quem faz mal. José demonstrou ter uma atitude excelente. Não só não fez o mal que os irmãos mereciam – a vingança – como fez o bem que não mereciam – cuidou deles, preservando-os dos tempos de fome que vieram sobre o mundo e deu-lhes o melhor da terra do Egito. Graça é fazer ou dar algo a alguém que não merece. É o que permite amar incondicionalmente. É a mais elevada das virtudes. É o que mais faz alguém identificar-se ou assemelhar-se a Deus. Deus é um Deus gracioso. Em vez de dar o castigo e destruição que os homens mereciam, pela sua desobediência e malvadez, deu o seu único filho – Jesus Cristo. Essa foi a mais elevada expressão de graça, alguma vez vista. O grande desafio de todos os homens e mulheres, não é ficarem a admirar o que Deus fez; é imitá-lo: “Sede pois imitadores de Deus como filhos amados” (Efésios 5:1, ARC). Se nos amou desta maneira, manifestou tamanha graça, como poderemos fazer diferente? "Tudo está cumprido" (João 19:30, BPT). Quando o sacrifício foi realizado, antes de morrer, com toda a força que ainda lhe restava no seu corpo fragilizado, Jesus quis deixar claro que tudo tinha sido cumprido. A sua morte não tinha sido uma interrupção da sua vida; não tinha sido uma tragédia; não fora um ato da maldade humana, mas uma iniciativa do amor Divino (1). A sua morte foi a sua missão suprema; o seu sacrifício, o seu propósito claro. Essa missão foi cumprida na íntegra. O preço pelo resgate do homem foi pago totalmente. Tudo o que o homem precisa para ser livre; tudo o que precisa para ser perdoado; tudo o que precisa para voltar para a casa do Pai; tudo o que precisa para ser feliz. Tudo isso foi obtido por Jesus. E é disponibilizado para o homem, gratuitamente. O homem não precisa pagar mais nada; nem praticar qualquer obra para obter o que Jesus já alcançou (2). Não precisa e não deve. É como se alguém te der um presente. Foi pago, mas não por ti. É-te oferecido, sem se esperar nada em troca. Quando recebes, não perguntas quanto foi (é suposto a etiqueta do preço ter sido removida), nem tentas pagá-lo. Isso seria um insulto para o ofertante. É isso que é uma oferta: dá-se e recebe-se – não se paga! Lamentavelmente, muitos não confiam que tudo o que o homem precisa para ser completo, aceitável a Deus e feliz, já foi realizado por Jesus. Outros, crêem no sacrifício de Jesus, mas têm dificuldade de aceitar que seja suficiente. Então, procuram adicionar mais alguns pagamentos, algumas obras: caridades, esmolas, promessas, sacrifícios, auto-flagelações, peregrinações e tantas outras obras – tantas quantas servirem para dissipar a dúvida... a dúvida de que ainda não seja suficiente. Quem não confia na suficiência do sacrifício de Jesus, nunca tem descanso. O medo e a dúvida não lhe permitem. Há sempre mais uma obra a realizar. Quem crê, entra no seu descanso (3) – sabe que não precisa fazer mais nada. Pelo menos, para ser aceite e amado por Deus. Certamente fará muitas coisas, mas pela razão inversa: por saber que é aceite; pela certeza de ser amado. A obra não é mais uma obrigação para obter algo; é uma gratidão por algo que se recebeu... gratuitamente... pela cruz. Não tentes pagar o que Jesus já pagou na cruz. Isso é impagável para o homem. Não tentes realizar o que Ele realizou com o seu sacrifício. Isso é impossível para o homem. Por isso Deus pagou; por isso realizou. Não te canses com obras vãs, desnecessárias e impossíveis. O que Ele fez, foi por ti. Foi para ti. Ele abriu a porta. Entra, encontra-o. E descansa... (1) “...dou a minha vida para poder tornar a recebê-la. Ninguém me pode matar sem o meu consentimento, é de livre vontade que dou a vida.” (João 10:17,18, OL). (2) “...a salvação não é algo que se possa adquirir pelos nossos próprios meios: é uma dádiva de Deus. Não é uma recompensa pelas nossas boas obras.” (Efésios 2:8,9, OL). (3) “Nós (…) que cremos, entramos no descanso…” (Hebreus 4:3, ARA). P.S.: Se gostaste, deixa um comentário. |
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