“por causa de José, o Senhor abençoou o lar do egípcio e também tudo o que ele tinha em casa e no campo.” (Génesis 39:5, NTLH). José estava a ser abençoado. Mas a realidade vai muito além disso: ele estava a ser um veículo de bênção. Por causa dele, o seu senhor egípcio estava a ser abençoado em todas as áreas. A verdade é que José era abençoado porque trazia bênção ao seu senhor. O egípcio não o promovia pelos seus bonitos olhos. Era porque ele trazia bênção. Onde trabalhava, onde assumia responsabilidade, as coisas produziam mais, prosperavam num nível maior. A bênção é recebida na medida em que é dada: “Dai e dar-se-vos-á…” (Lucas 6:38, AEC). Todos querem ser abençoados; poucos se predispõem a ser bênção. Mas são estes que experimentam uma bênção abundante. O segredo da bênção não é procurá-la; é partilhá-la. O propósito de Deus ao abençoar-nos é fazer de nós um instrumento de bênção. Foi isto que Ele disse a Abraão: “Abençoar-te-ei (…). E tu próprio serás uma bênção para muitos outros. (…) E por teu intermédio serão abençoados todos os povos da Terra.” (Génesis 12:2,3, OL). É aquilo que fazemos com as bençãos que temos que determina se vamos alcançar as que ainda não temos. Mas ainda mais importante do que o que temos, ou o que podemos receber, é o que podemos dar. Afinal, felicidade não consiste em ter o melhor de tudo, mas em tornar tudo melhor.
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“Ele o pôs por mordomo de sua casa, e entregou nas suas mãos tudo o que tinha.” (Génesis 39:4, AEC). A atitude de José não conseguia ficar despercebida. Potifar reconheceu de tal maneira o potencial do jovem José, que o colocou como mordomo. Nunca um escravo tinha chegado tão longe na casa de Potifar. Há algo de interessante num mordomo: tudo está nas suas mãos, mas nada é dele. É um elevado privilégio, não concedido a qualquer um. Mas é também uma imensa responsabilidade, que não é bem desempenhada por todos. O perigo de um mordomo é ele confundir os papéis de dono-mordomo. As coisas passam tanto tempo nas suas mãos, que ele pode começar a pensar que são suas. Ou que tem direitos sobre algumas delas, ou sobre as decisões a tomar concernentes às mesmas. Um bom mordomo é aquele que reconhece que não é o dono; que nada é propriedade sua. Como tal, a gestão, utilização e distribuição dos recursos não deverá ter a interferência da sua vontade, mas a obediência à vontade do dono. José era reconhecido e abençoado na medida em que cumpria o seu papel de mordomo. Se começasse a desempenhar o papel de dono, usando as coisas a seu bel-prazer, seria demitido e severamente castigado pelo verdadeiro dono. A maioria quer ter a posição de dono e não entende que a bênção está em sermos mordomos. “Achou José graça aos olhos dele, e o servia” (Génesis 39:4, AEC). Jesus não somente ensinou acerca de servir, mas praticou. Principalmente na última ceia com os discípulos. Agarrou numa toalha e fez o trabalho dos escravos: lavou os pés aos discípulos. Gosto do comentário de John C. Maxwell sobre o sucedido: “Líderes inseguros agarram-se a títulos; líderes seguros agarram-se a toalhas”. Mas o ato mais elevado de serviço de Jesus foi o seu sacrifício na cruz. O serviço ganha outra dimensão quando em vez de ser algo que fazemos, é algo pelo qual vivemos e morremos. Quando em vez de ser algo que gastamos, é algo pelo qual deixamo-nos gastar. Quando em vez de ser uma coisa da vida, é a própria vida. Jesus perdeu por servir os outros e dar a sua vida? Muitos desprezaram e abusaram da sua atitude, mas Jesus ficou prejudicado? Tu conheces a história: “Deus o elevou às posições mais altas e lhe deu um nome que é superior a todos os nomes, de tal forma que, em honra desse nome, se virão a ajoelhar todas as criaturas tanto no céu, como na Terra, como debaixo da terra. E todos, igualmente, reconhecerão que Jesus Cristo é Senhor; e isso mesmo será mais uma glória para Deus o Pai!” (Filipenses 2:9-11, OL). Servir é o melhor caminho! José também foi elevado à maior posição na casa de Potifar. O seu amo “entregou nas suas mãos tudo o que tinha” (Gn 39:4, AEC). Quem não serve acaba por ficar mal servido. Quem usa as suas mãos para servir, nunca fica com elas vazias. “Achou José graça aos olhos dele, e o servia” (Génesis 39:4, AEC). É impressionante como a Bíblia refere que um escravo – José – servia. Parece um pleonasmo, pois como pode um escravo fazer outra coisa? A verdade é que há uma diferença entre fazer um serviço e servir. Servir é um ato relacionado com o coração; é uma atitude. Assenta na motivação, não na obrigação. No como se faz e não apenas no que é feito. José não era apenas um escravo obrigado a prestar serviços. Era um servo motivado a servir. Essa atitude fez uma grande diferença na sua vida e destacou-o dos demais escravos. De tal maneira, que José foi reconhecido como diferente e foi elevado. Creio que a razão porque José tinha a atitude de servir o seu amo Potifar, mesmo estando na posição de escravo injustamente, é porque ele via e fazia tudo como expressão de serviço a Deus. José tinha por certo que, em primeiro lugar, servia a Deus. Fazia tudo o que fazia, da forma como fazia, para servir a Deus. Como tal, servir quem não merece, ou em condições indignas para com a sua pessoa, tornou-se possível e mais fácil. A ato de nos encurvarmos para servir não nos minimiza, ou prejudica – eleva-nos. Jesus deixou claro aos seus discípulos, depois de uma acesa discussão acerca de quem seria o maior, de que o maior é aquele que serve. A verdadeira grandeza não é medida pela quantidade de pessoas que nos servem, mas pela quantidade de pessoas que servimos. “tudo o que ele fazia o Senhor prosperava em suas mãos” (Génesis 39:3, AEC). É interessante verificar onde é que Deus abençoava: nas mãos de José. Deus não abençoava o seu sentar, nem o seu cruzar de braços. A bênção vinha em “tudo o que ele fazia”; “em suas mãos”. Muitas pessoas não irão deixar as marcas de pegadas na areia do tempo. Deixarão a marca das “rabogadas”. José punha as mãos naquilo que precisava ser feito. É certo que como escravo era obrigado. Mas há o fazer o menos possível e fazer o melhor possível. A atitude com que fazemos determina o nível de produtividade – e da bênção de Deus. Esta atitude de José de “pôr as mãos” remete-nos para o texto de Eclesiastes 9:10 : “Tudo o que te vier à mão para fazer, fáze-o conforme as tuas forças…” (Ec 9:10, AEC). É o princípio de colocarmos toda a força, energia, paixão e dedicação, naquilo que está na nossa mão. Muitas pessoas desprezam o que têm na mão porque não é o que têm no coração. Em consequência, dão pouco de si. Querem dar o seu melhor só quando estiverem a lidar com o que está no coração. O que esquecem é que o segredo para experimentarmos o que está no nosso coração (muitas vezes colocado lá por Deus), é dar o melhor no que está na nossa mão. É a fidelidade nas coisas pequenas, que nos possibilita chegar às grandes. José entendeu esse princípio e desenvolveu uma atitude de excelência, que significa basicamente “dar o nosso melhor”. Muitas pessoas ficam à espera que algo prospere para colocar a sua mão. José aprendeu a fazer o contrário: colocar a mão em algo para que prospere. Como tal, não parava de prosperar. Ele não esperou por sair da casa de Potifar; por deixar de ser um escravo para dar o seu melhor. Mesmo nas piores circunstâncias, deu o seu melhor. Prosperar não depende da forma como esperas pelas condições certas, preferências satisfeitas, ou oportunidades perfeitas. Depende de criares as oportunidades, mesmo nas condições mais impossíveis, ou nas experiências menos aprazíveis. Como se consegue isso? Atitude de excelência: dar o melhor, mesmo diante do pior… “… um povo grande e alto, filhos de gigantes, que tu conheces e de que já ouviste: Quem pararia diante dos filhos dos gigantes? Sabe, pois, hoje, que o SENHOR, teu Deus, que passa diante de ti, é um fogo que consome, e os destruirá, e os derrubará de diante de ti; e tu os lançarás fora e cedo os desfarás, como o SENHOR te tem dito.” (Deuteronómio 9:2,3, ARC). Existem basicamente 3 atitudes diante dos gigantes. A primeira é fugir. Muitos, diante do tamanho e da ameaça dos gigantes, fogem. Esse tipo de fuga pode manifestar-se de várias maneiras: deixar de acreditar num sonho; não pagar o preço (sacrifício); recorrer ao álcool; divórcio; suicídio; querer ir para o céu antes de tempo; etc. A segunda atitude é esperar que o gigante desapareça. Muitos ficam também à espera que a crise passe; que alguém resolva; que os ventos mudem. Alguns cristãos oram e esperam que Deus faça o gigante desaparecer. Em vez de verem a oração como uma capacitação à ação, vêem-na como escape da mesma. A terceira atitude – a única que permite verdadeiramente vencer os gigantes – é enfrentar. Deus tem poder para vencer os gigantes, mas esse poder atua através dos seus servos: “Àquele que é poderoso para fazer tudo, muito abundantemente além daquilo que pedirmos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera” (Efésios 3:20, ARC - sublinhado meu). A Bíblia é clara sobre qual a atitude vencedora: “resisti ao diabo e ele fugirá de vós” (Tiago 4:7, ARC). Não desistas; não fujas; não fiques passivamente à espera que o gigante desapareça. Pega nas pedras certas, confia em Deus, sê guiado por ele em todo o processo e… põe o gigante no lugar onde deve estar: no chão… sem cabeça. |
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September 2014
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