Hugo Chiote Pinto
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Sobre os abusos sexuais na Igreja Católica

15/2/2023

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Sobre os recentes factos conhecidos relativos aos abusos sexuais por parte de sacerdotes da Igreja Católica, faço a seguinte análise:
 
O nível de abusos de natureza sexual a menores na Igreja Católica (por todo o mundo) não é normal numa instituição que se diz religiosa e que proclama amor ao próximo e apoio aos desfavorecidos.
Nunca é aceitável, mas o volume de casos indica um problema e perversão nesta área, que é devido essencialmente a dois fatores:
Primeiro, a proibição do casamento dos sacerdotes. Isto contraria o ensino claro da Bíblia: “É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher” (1 Timóteo 3:2, NVI).
Isto contraria também o bom senso. O celibato nunca deverá ser uma obrigação, caso contrário provocará compulsões e desordens sexuais, que é o que se verifica no caso.
Segundo, uma cultura de impunidade e encobrimento por parte da Igreja que permitiu que não fosse uma prática rara, ou de exceção, mas algo recorrente com um número crescente de prevaricadores.
 
O facto de a Igreja encobrir e recolocar padres e bispos prevaricadores demonstra que a Igreja não tem consciência da gravidade deste crime e que prefere a manutenção de uma casta do que a justiça e o amor que tanto prega.
 
Isto não é um caso isolado. A forma como a Igreja Católica lida com esta questão demonstra a sua natureza como um movimento religioso que está divorciado de um relacionamento vivo e uma fé verdadeira em Deus.
Claramente verificamos a manutenção dos seus credos, tradições e liturgias, mas a sua completa descontextualização da adoração bíblica, que foi ensinada por Jesus Cristo como “em espírito e em verdade” (João 4:23), e da vivência do quotidiano das pessoas.
 
Os evangélicos, cristãos caracterizados por um compromisso sério com os valores e ensinos da Bíblia, bem como uma contextualização com os tempos e as pessoas de hoje, têm alertado várias vezes para o distanciamento do Catolicismo dos ensinos da Bíblia, bem como de uma fé genuína e de um relacionamento verdadeiro e pessoal com Deus.
Não é possível manter liturgias intocáveis e adorar a Deus de uma forma genuína: “Assim, o Senhor diz: «Este povo aproxima-se de mim com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. Honra-me apenas com tradições humanas aprendidas de cor».” (Isaías 29:13, OL).
Não há maior tragédia do que uma Igreja em que os seus líderes são religiosos e litúrgicos, mas não têm um relacionamento pessoal com Deus, não têm o seu Espírito de santidade, amor e compaixão pelos outros.
Este tipo de líderes não pode e não lhe deve ser dada a plataforma do ministério sacerdotal. Não é legítimo. É uma usurpação da nobreza e natureza espiritual desse ministério.
A relutância da Igreja Católica em demitir padres e bispos prevaricadores deste tipo de crimes e a sua teimosia em continuar a mantê-los no ativo em vez de entregá-los à justiça é demonstrativo do seu distanciamento do coração de Deus e da verdadeira natureza do ministério: viver para o bem das pessoas.
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    AUTOR

    Nasceu em Lisboa.
    Gosta de escrever, jogar ténis e comer baba de camelo. Ama 3 grandes Ms: Marta (mulher), Martim (filho) e Maria (filha).

    Tem formação em Teologia, Liderança e Desenvolvimento Pessoal.
    Pastor Evangélico, orador e escritor de vários livros.

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