Por muito tempo me calei; estive silencioso. Mas agora gritarei com força, como uma mulher que está a ter um filho (Is 42:14).
Tempos de silêncio Divino podem ser ensurdecedores. Podem deixar-nos perplexos. Questões não respondidas. Preces não atendidas. Problemas não resolvidos. Isso agita-nos; abate-nos. Às vezes até... revolta-nos. Não entendemos o silêncio de Deus. Mas ele nunca é por falta de atenção, de cuidado, ou amor. Uma pausa na música não é a ausência da música. É um tempo para que aquilo que vem a seguir tenha um maior impacto. O seu silêncio são também pausas de soberania e sabedoria Divina que chamam a nossa atenção, que nos transformam e preparam para o que está para vir. Outra coisa importante sobre o seu silêncio: não é permanente. Depois do silêncio, Deus grita com força. Tal como depois de uma grande tempestade a calma se faz sentir com maior impacto. Tal como depois do deserto vem a terra da promessa. E ao som do seu grito coisas impressionantes acontecem: Nivelarei as montanhas, as elevações. Farei secar a densa vegetação. Os cursos de água e as lagoas se tornarão em terra firme (Is 42:15). Essas montanhas que são obstáculos intransponíveis no teu caminho; impedimentos no teu percurso; inimigos dos teus sonhos… serão niveladas; serão abatidas – serão removidas. A densa vegetação que impede a movimentação; impossibilita o progresso da caminhada e o visionamento do caminho a seguir será seca. Definhará, murchará e ficará debaixo dos teus pés. Os rios e lagoas que impediam o chegar ao outro lado; que procuravam condicionar-te a uma margem “tornar-se-ão em terra firme”. Os impedimentos serão caminho. As dificuldades darão lugar a oportunidades. A impossibilidade será uma gloriosa realidade. Guiarei os cegos por um caminho pelo qual nunca tinham andado, por vias que ignoravam. Farei com que as trevas se tornem luz diante deles. Alisarei o caminho que têm de pisar. Nunca me esquecerei deles (Is 42:16). Tens andado como um cego. Sem ver nada. Sem ver luz. Sem ver saída. Sem ver solução. Mas Deus vai guiar-te. A lugares onde por ti mesmo, pela tua melhor visão nunca chegarias. E as trevas vão transformar-se em luz. A visão será renovada; a confusão será clarificada; a indecisão dará lugar à direção. O caminho escabroso será alisado. As pedras serão removidas. Os espinhos serao queimados. Os altos serão aplainados. Os buracos serão preenchidos. E a maior das promessas permanecerá: “Nunca me esquecerei deles”. Não és esquecido; não és desprezado; não és deixado para trás. Ele nunca te deixará nem te desamparará. És lembrado constantemente. Por uma razão: és amado apaixonadamente. Podes estar ainda a atravessar por um silêncio ensurdecedor, mas quero lembrar-te: o grito de Deus vem a caminho… Escrito em 28/10/2010.
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AUTORNasceu em Lisboa. Histórico
February 2023
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