Introdução
Há uma pergunta que claramente é a que mais se faz a Deus. Cristãos dedicados, pessoas em todas as religiões e até mesmo ateus, dirigem a Deus esta pergunta muitas vezes. A pergunta é PORQUÊ?
Tentarmos entender os acontecimentos, o puzzle da vida, ou uma razão no meio do caos, é algo muito inerente ao ser humano.
De alguma forma, sabemos bem no profundo do nosso íntimo que tudo o que acontece não é fruto de acasos, acidentes e acontecimentos aleatórios. Há uma mão que não permite que haja descontolo; há Alguém que tem a última palavra a dizer.
A ideia de propósito está arraigada na mente e coração do homem. Fugir dessa ideia não é natural e desestrutura as emoções e a esperança. Se a vida fizer sentido, aguentamos tudo, mas no caso contrário, tudo é insuportável.
Creio que essa é a razão da frequente pergunta “Porquê, Deus?”. A busca de um sentido, a esperança de que haja um propósito e, consequentemente, uma saída.
Homens de Deus fazem esta pergunta a Deus. Na verdade ela está registada na Bíblia, proferida pelos seus maiores vultos – O Rei David e Jesus Cristo:
“Meu Deus! Meu Deus! Porque me abandonaste? Porque estás tão longe de salvar-me, tão longe dos meus gritos de angústia?” (Salmos 22:1, NVI).
Esta pergunta assalta-nos a mente quando somos feridos, magoados, perseguidos, pressionados, esmagados; quando enfrentamos dificuldades, contrariedades e fatalidades. “Porque Deus não me livra desta dor e dificuldade?”; “Porque Deus, que pode todas as coisas, permitiu isto?”
Muitas vezes, ela não é uma expressão de falta de fé, mas um grito de uma fé que não quer desistir.
Creio que a profundidade da fé não assenta na forma como confiamos com certezas, mas como confiamos com tantas indagações. Ou seja, fé não é a total ausência das dúvidas, mas a forma como confiamos em Deus no meio de tantas incertezas.
É certo que a “fé é a certeza daquilo que esperamos” (Hebreus 11:1, NVI), mas o que fazemos com as coisas que não esperávamos e aconteceram? Fé é “a prova das coisas que não vemos” (Hebreus 11:1, NVI), mas como lidamos com as coisas que vemos e nos perturbam tanto?
Temos interrogações. Temos dúvidas. Temos inseguranças. Temos medos. Mas podemos ter fé. Precisamos ter fé. Nunca ela é tão necessária como quando estamos cheios de dúvidas. Tal como a coragem não é a ausência do medo, mas avançar apesar dele, a fé é confiar em Deus apesar de muitas questões não resolvidas.
Quero, neste livro, fornecer algumas respostas. Não quero cair no erro dos consoladores de Jó: tentaram responder àquilo que não tinha resposta do lado humano; tentaram compreender e dissertar sobre algo que ultrapassou a lógica natural.
Preciso deixar isto claro: Nunca saberemos todas as razões. É por isso que Ele é Deus e nós não. Às vezes, porque não é da nossa conta saber, outras vezes porque não nos ia fazer bem saber, outras ainda, porque não temos a capacidade de entender.
O que quero é deixar algumas respostas que, poderão não responder a todas as questões, poderão não apagar todas as dúvidas, mas certamente irão trazer mais força à fé, no meio de tantas incertezas…
A ilustração que servirá de base para este livro será um acontecimento do Apóstolo Paulo, na ilha de Malta, depois de um naufrágio.
Leia Atos 28:1-10 por favor:
1Quando já estávamos todos em segurança, soubemos que a ilha se chamava Malta.
2Os habitantes trataram-nos com uma amabilidade fora do comum. Como estava a chover e fazia frio, acenderam uma grande fogueira e convidaram-nos para junto dela.
3Paulo apanhou um braçado de lenha seca que deitou no fogo. Nisto, uma víbora a fugir do calor agarrou-se-lhe à mão.
4Os habitantes da ilha viram a víbora pendurada na mão de Paulo e disseram uns aos outros: «Este homem deve ser com certeza um assassino, pois conseguiu salvar-se do mar, mas o destino não o vai deixar viver.»
5Mas Paulo sacudiu a víbora para cima da fogueira e não sofreu nada.
6Eles esperavam que ele inchasse, ou que caísse morto de repente. Mas depois de esperarem bastante tempo, e de verem que não lhe acontecia nada, mudaram de opinião e começaram a dizer que Paulo era um deus.
7Nas proximidades daquele lugar, havia umas terras que pertenciam ao governador da ilha, chamado Públio. Ele recebeu-nos muito bem e durante três dias fomos seus hóspedes.
8Ora, o pai de Públio estava de cama com febre e disenteria. Paulo foi visitá-lo e, depois de orar, pôs as mãos sobre a cabeça do doente e curou-o.
9Posteriormente, todos os doentes daquela ilha foram ter com ele e ficaram curados.
10As pessoas, por sua vez, trataram-nos com todas as honras e depois, quando embarcámos de novo, deram-nos tudo de quanto necessitávamos para a viagem.
(Citações da Bíblia extraídas de www.aBÍBLIAparatodos.pt, Tradução Interconfessional.
Copyright © 1993, 2009 Sociedade Bíblica de Portugal. Usado com permissão.)
Este é sem dúvida um acontecimento para perguntar “Porquê, Deus?”. Faça pausa no momento em que Paulo é mordido por uma víbora e todos o chamam de criminoso porque deve mesmo merecer a morte.
Agora coloque-se no lugar de Paulo. Seria caso para perguntar:
“PORQUÊ, DEUS? Deixei a minha vida segura e reputada no Judaísmo; abandonei uma carreira promissora como líder fariseu (seita dos judeus); dediquei-me à causa de Cristo e da Igreja; deixei o conforto de uma casa certa, salário garantido e tenho empreendido viagens missionárias que têm sido carregadas de todo o tipo de perigos; já fui preso e espancado várias vezes; há dois anos que fui detido em Jerusalém injustamente e alvo de várias ciladas dos judeus; fui obrigado a apelar para um julgamento pelo próprio César em Roma porque os governadores Romanos na Judeia, numa manobra política de agradar aos judeus, não me libertavam; passei por uma tempestade complicadíssima, com o naufrágio do navio; estou preso nesta ilha sem saber como vai ser o futuro; e agora sou mordido por uma víbora, que todos os nativos dizem conhecer como venenosa… PORQUÊ, DEUS???
Tentarmos entender os acontecimentos, o puzzle da vida, ou uma razão no meio do caos, é algo muito inerente ao ser humano.
De alguma forma, sabemos bem no profundo do nosso íntimo que tudo o que acontece não é fruto de acasos, acidentes e acontecimentos aleatórios. Há uma mão que não permite que haja descontolo; há Alguém que tem a última palavra a dizer.
A ideia de propósito está arraigada na mente e coração do homem. Fugir dessa ideia não é natural e desestrutura as emoções e a esperança. Se a vida fizer sentido, aguentamos tudo, mas no caso contrário, tudo é insuportável.
Creio que essa é a razão da frequente pergunta “Porquê, Deus?”. A busca de um sentido, a esperança de que haja um propósito e, consequentemente, uma saída.
Homens de Deus fazem esta pergunta a Deus. Na verdade ela está registada na Bíblia, proferida pelos seus maiores vultos – O Rei David e Jesus Cristo:
“Meu Deus! Meu Deus! Porque me abandonaste? Porque estás tão longe de salvar-me, tão longe dos meus gritos de angústia?” (Salmos 22:1, NVI).
Esta pergunta assalta-nos a mente quando somos feridos, magoados, perseguidos, pressionados, esmagados; quando enfrentamos dificuldades, contrariedades e fatalidades. “Porque Deus não me livra desta dor e dificuldade?”; “Porque Deus, que pode todas as coisas, permitiu isto?”
Muitas vezes, ela não é uma expressão de falta de fé, mas um grito de uma fé que não quer desistir.
Creio que a profundidade da fé não assenta na forma como confiamos com certezas, mas como confiamos com tantas indagações. Ou seja, fé não é a total ausência das dúvidas, mas a forma como confiamos em Deus no meio de tantas incertezas.
É certo que a “fé é a certeza daquilo que esperamos” (Hebreus 11:1, NVI), mas o que fazemos com as coisas que não esperávamos e aconteceram? Fé é “a prova das coisas que não vemos” (Hebreus 11:1, NVI), mas como lidamos com as coisas que vemos e nos perturbam tanto?
Temos interrogações. Temos dúvidas. Temos inseguranças. Temos medos. Mas podemos ter fé. Precisamos ter fé. Nunca ela é tão necessária como quando estamos cheios de dúvidas. Tal como a coragem não é a ausência do medo, mas avançar apesar dele, a fé é confiar em Deus apesar de muitas questões não resolvidas.
Quero, neste livro, fornecer algumas respostas. Não quero cair no erro dos consoladores de Jó: tentaram responder àquilo que não tinha resposta do lado humano; tentaram compreender e dissertar sobre algo que ultrapassou a lógica natural.
Preciso deixar isto claro: Nunca saberemos todas as razões. É por isso que Ele é Deus e nós não. Às vezes, porque não é da nossa conta saber, outras vezes porque não nos ia fazer bem saber, outras ainda, porque não temos a capacidade de entender.
O que quero é deixar algumas respostas que, poderão não responder a todas as questões, poderão não apagar todas as dúvidas, mas certamente irão trazer mais força à fé, no meio de tantas incertezas…
A ilustração que servirá de base para este livro será um acontecimento do Apóstolo Paulo, na ilha de Malta, depois de um naufrágio.
Leia Atos 28:1-10 por favor:
1Quando já estávamos todos em segurança, soubemos que a ilha se chamava Malta.
2Os habitantes trataram-nos com uma amabilidade fora do comum. Como estava a chover e fazia frio, acenderam uma grande fogueira e convidaram-nos para junto dela.
3Paulo apanhou um braçado de lenha seca que deitou no fogo. Nisto, uma víbora a fugir do calor agarrou-se-lhe à mão.
4Os habitantes da ilha viram a víbora pendurada na mão de Paulo e disseram uns aos outros: «Este homem deve ser com certeza um assassino, pois conseguiu salvar-se do mar, mas o destino não o vai deixar viver.»
5Mas Paulo sacudiu a víbora para cima da fogueira e não sofreu nada.
6Eles esperavam que ele inchasse, ou que caísse morto de repente. Mas depois de esperarem bastante tempo, e de verem que não lhe acontecia nada, mudaram de opinião e começaram a dizer que Paulo era um deus.
7Nas proximidades daquele lugar, havia umas terras que pertenciam ao governador da ilha, chamado Públio. Ele recebeu-nos muito bem e durante três dias fomos seus hóspedes.
8Ora, o pai de Públio estava de cama com febre e disenteria. Paulo foi visitá-lo e, depois de orar, pôs as mãos sobre a cabeça do doente e curou-o.
9Posteriormente, todos os doentes daquela ilha foram ter com ele e ficaram curados.
10As pessoas, por sua vez, trataram-nos com todas as honras e depois, quando embarcámos de novo, deram-nos tudo de quanto necessitávamos para a viagem.
(Citações da Bíblia extraídas de www.aBÍBLIAparatodos.pt, Tradução Interconfessional.
Copyright © 1993, 2009 Sociedade Bíblica de Portugal. Usado com permissão.)
Este é sem dúvida um acontecimento para perguntar “Porquê, Deus?”. Faça pausa no momento em que Paulo é mordido por uma víbora e todos o chamam de criminoso porque deve mesmo merecer a morte.
Agora coloque-se no lugar de Paulo. Seria caso para perguntar:
“PORQUÊ, DEUS? Deixei a minha vida segura e reputada no Judaísmo; abandonei uma carreira promissora como líder fariseu (seita dos judeus); dediquei-me à causa de Cristo e da Igreja; deixei o conforto de uma casa certa, salário garantido e tenho empreendido viagens missionárias que têm sido carregadas de todo o tipo de perigos; já fui preso e espancado várias vezes; há dois anos que fui detido em Jerusalém injustamente e alvo de várias ciladas dos judeus; fui obrigado a apelar para um julgamento pelo próprio César em Roma porque os governadores Romanos na Judeia, numa manobra política de agradar aos judeus, não me libertavam; passei por uma tempestade complicadíssima, com o naufrágio do navio; estou preso nesta ilha sem saber como vai ser o futuro; e agora sou mordido por uma víbora, que todos os nativos dizem conhecer como venenosa… PORQUÊ, DEUS???