O homem quer ser Deus, Deus quis ser homem
A Obsessão do homem
Ser Deus. Essa é a grande obsessão do homem. Essa tem sido a sua grande pretensão. O seu principal esforço. As formas para tentar chegar lá são variadas: O governo de um povo, o sucesso nos negócios, a manipulação e (aparente) domínio nos relacionamentos, ser uma estrela admirada pela alta performance, seja na área da música, da representação, do desporto, ou outra…
O próprio ateísmo não é a completa rejeição de Deus. É sobretudo a auto-reivindicação de ser deus. Claro que, para tal, é necessário rejeitar, negar ou acabar com qualquer ser divino superior ao homem. Desta forma, o homem não tem um Deus em quem acreditar, em quem confiar, a quem adorar. Alguém que estabelece princípios e valores. Por exclusão de partes, só sobra o homem. Assim ele acredita nele próprio, confia na sua força e adora a si mesmo. E decide os valores, determina o seu estilo de vida a seu bel-prazer. A procura de ser Deus. Ou a reivindicação de que já é. O próprio homem está confuso em relação a isso…
A sede pelo poder, pela fama, pela riqueza, pelo pódio, marca sem dúvida o coração do homem. Ser Deus, ou ser grande, aclamado e poderoso tem-se tornado o conceito da felicidade.
O mal teve origem nessa tentativa. O grande Querubim Lúcifer tentou usurpar o lugar de Deus[i]. Desde aí essa “febre” não parou. O mal entrou no homem e no mundo por essa tentativa[ii]. A primeira Civilização procurou o tão apetecível estatuto[iii]. Grandes Imperadores queriam essa glória[iv]. Os dias de hoje só fazem a lista dos pretendentes aumentar desmedidamente.
O próprio ateísmo não é a completa rejeição de Deus. É sobretudo a auto-reivindicação de ser deus. Claro que, para tal, é necessário rejeitar, negar ou acabar com qualquer ser divino superior ao homem. Desta forma, o homem não tem um Deus em quem acreditar, em quem confiar, a quem adorar. Alguém que estabelece princípios e valores. Por exclusão de partes, só sobra o homem. Assim ele acredita nele próprio, confia na sua força e adora a si mesmo. E decide os valores, determina o seu estilo de vida a seu bel-prazer. A procura de ser Deus. Ou a reivindicação de que já é. O próprio homem está confuso em relação a isso…
A sede pelo poder, pela fama, pela riqueza, pelo pódio, marca sem dúvida o coração do homem. Ser Deus, ou ser grande, aclamado e poderoso tem-se tornado o conceito da felicidade.
O mal teve origem nessa tentativa. O grande Querubim Lúcifer tentou usurpar o lugar de Deus[i]. Desde aí essa “febre” não parou. O mal entrou no homem e no mundo por essa tentativa[ii]. A primeira Civilização procurou o tão apetecível estatuto[iii]. Grandes Imperadores queriam essa glória[iv]. Os dias de hoje só fazem a lista dos pretendentes aumentar desmedidamente.
A Paixão de Deus
Não surpreende muito as pessoas tentarem subir e procurar ser ou parecer mais do que o que são. O que impressiona deveras é alguém que é Todo-Poderoso, cheio de Autoridade, Glória e Majestade estar pronto a descer, de livre vontade.
Foi isso que Deus fez. Num mundo em que os homens estavam embriagados em querer ser, ou pelo menos reconhecidos como divinos, Deus decidiu fazer-se homem. Quando o homem queria tanto revestir-se de divindade e imortalidade, Deus vestiu-se de carne humana. Procurando o homem super poderes e glória, Deus aceitou a limitação da humanidade[v]. E fê-lo sem reivindicações de reconhecimento, palácios, ou riquezas. Sem ostentações e espectáculos vistosos. Escolheu o útero de uma mulher simples, de um lugar simples. Preferiu uma estrebaria mal cheirosa. A aspereza do alimento de animais: as palhas. O lugar onde eles comiam: uma manjedoura[vi].
Nenhum humano escolheria tal lugar. Eles reclamam de não nascer em berço de ouro. Mas Deus, que tinha um alto e sublime trono, trocou-o por esse cenário e condição. As testemunhas, as visitas, para além dos pais, eram os animais, que em vez de parabéns efusivos e reconhecimentos aplaudidos, só sabiam zurrar, mugir, ou grunhir. Depois, lá apareceram os mais desprezados daquela sociedade: pastores[vii]. Ninguém se engane: os reis do Oriente não presenciaram aquele momento. Só chegaram a Belém cerca de dois anos depois[viii].
Passou os seus primeiros anos como um exilado num País estrangeiro: no Egipto[ix]. Cresceu numa terra desprezada: Nazaré. Deixou de lado a oportunidade de carreira, de riqueza, ou de vida familiar, para ajudar e trazer esperança aos outros. Não usou os seus poderes para se defender[x], mas deixou-se ser traído, injustiçado e torturado até ser crucificado numa cruz.
Foi isso que Deus fez. Num mundo em que os homens estavam embriagados em querer ser, ou pelo menos reconhecidos como divinos, Deus decidiu fazer-se homem. Quando o homem queria tanto revestir-se de divindade e imortalidade, Deus vestiu-se de carne humana. Procurando o homem super poderes e glória, Deus aceitou a limitação da humanidade[v]. E fê-lo sem reivindicações de reconhecimento, palácios, ou riquezas. Sem ostentações e espectáculos vistosos. Escolheu o útero de uma mulher simples, de um lugar simples. Preferiu uma estrebaria mal cheirosa. A aspereza do alimento de animais: as palhas. O lugar onde eles comiam: uma manjedoura[vi].
Nenhum humano escolheria tal lugar. Eles reclamam de não nascer em berço de ouro. Mas Deus, que tinha um alto e sublime trono, trocou-o por esse cenário e condição. As testemunhas, as visitas, para além dos pais, eram os animais, que em vez de parabéns efusivos e reconhecimentos aplaudidos, só sabiam zurrar, mugir, ou grunhir. Depois, lá apareceram os mais desprezados daquela sociedade: pastores[vii]. Ninguém se engane: os reis do Oriente não presenciaram aquele momento. Só chegaram a Belém cerca de dois anos depois[viii].
Passou os seus primeiros anos como um exilado num País estrangeiro: no Egipto[ix]. Cresceu numa terra desprezada: Nazaré. Deixou de lado a oportunidade de carreira, de riqueza, ou de vida familiar, para ajudar e trazer esperança aos outros. Não usou os seus poderes para se defender[x], mas deixou-se ser traído, injustiçado e torturado até ser crucificado numa cruz.
Razão 1: Ensinar o homem
Mas qual a razão de Deus fazer uma coisa tão inacreditável? Tão absurda para os humanos? Para mostrar aos homens que o mais importante na vida não é subir sofregamente à custa de pisar e esmagar os outros. A beleza da vida está em estar disposto a descer para elevar os outros. Para provar por demonstração que a força não é comprovada pela capacidade de usurpação, mas pela determinação em esvaziar-se[xi]. Que a grandeza não é medida pela quantidade de pessoas que nos aplaudem e servem, mas pela quantidade de pessoas que servimos e abençoamos. Para ensinar que a felicidade não consiste em ser idolatrado e venerado, mas em amar e doar-se aos outros.
Ele desceu até ao nível mais baixo para revelar ao homem que a única maneira de subir é descendo. A única forma de ganhar, é estar disposto a perder. Foi assim que Ele foi exaltado soberanamente, ressuscitando dentre os mortos ao 3º dia e recebendo toda a glória que tinha antes de vestir-se da limitação do corpo humano[xii].
Ele desceu até ao nível mais baixo para revelar ao homem que a única maneira de subir é descendo. A única forma de ganhar, é estar disposto a perder. Foi assim que Ele foi exaltado soberanamente, ressuscitando dentre os mortos ao 3º dia e recebendo toda a glória que tinha antes de vestir-se da limitação do corpo humano[xii].
Razão 2: Levantar o homem
Houve outra razão fundamental da viagem de Deus num corpo humano à terra. Foi para conseguir aquilo que o homem nunca conseguiu nas suas tentativas de ser Deus. Quanto mais o homem tentou subir mais ele caiu. O Querubim cheio de luz tornou-se o príncipe das trevas, sem acesso aos lugares mais altos. A mulher que quis ser como Deus caiu, juntamente com o marido e perderam ambos a beleza do paraíso e da comunhão com o Criador. A primeira civilização foi dissipada e dividida. Os imperadores ficaram arruinados. Mas Deus decidiu descer para elevar o homem. Elevá-lo acima do lamaçal da usurpação, orgulho e vaidade; elevá-lo acima das cobiças e das guerras. Elevá-lo à posição de filho; à possibilidade de uma comunhão perdida; à realidade da vida abundante e eterna. Elevá-lo à natureza do amor, onde o desejo de ser Deus torna-se, para além de ridículo, desnecessário. Onde só importa amar e honrar.
Subir para descer ou descer para subir
Sempre que o homem rejeita este Deus revelado de forma tão eloquente e amorosa, procura consciente ou inconscientemente ser Deus (pelo menos de si próprio). Mas uma criança sabe muito bem que há algo melhor que estar sozinha e tentar ser “gente grande”. É ter um pai por perto.
Não tentes subir sofregamente. Subir para seres senhor e dono da tua vida; subir para seres auto-suficiente; subir para teres segurança em realizações, riqueza, sabedoria, posição, ou fama. Neste tipo de subidas, a queda é certa.
Desce de uma vida centralizada em ti próprio; desce do pedestal de querer ser visto, reconhecido e (até) idolatrado; desce do podium da declaração de independência. A subida é garantida. “Aquele que quiser ganhar a sua vida perdê-la-á, mas aquele que a perder por amor de mim, ganhá-la-á” Mateus 16:25 (paráfrase minha).
Aceita aquele que desceu e serás elevado. Reconhece Aquele que, sendo Filho de Deus, fez-se filho do homem, para que nós, filhos dos homens, possamos ser filhos de Deus. Ele tomou a natureza humana para que possamos ser participantes da natureza divina. Ele aceitou a mortalidade na cruz para que possamos viver a felicidade e imortalidade da Vida Eterna[xiii].
Concluindo, querer ser Deus torna o homem miserável. Aceitar o Deus que se fez homem, torna-o melhor homem. Afinal, para quê querer ser Deus quando Deus quis ser homem? Vamos viver e apreciar a maravilha de sermos homens, a maravilha de sermos amados por Deus e de podermos amá-lo…
[i] Em relação a Lúcifer é dito: “… tu dizias no teu coração: (…) serei semelhante ao Altíssimo” Isaías 14:13, 14.
[ii] “… no dia em que comerdes desse fruto, os vossos olhos se abrirão, e sereis como Deus…” Génesis 3:5.
[iii]“… edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo cume toque no céu” Génesis 11:4.
[iv]Nabucodonosor (Daniel 4:29, 30); Herodes (At 12:21-23) são exemplos bíblicos. Pela História, muitos imperadores e reis reclamaram estatuto de divindade.
[v]“O Verbo se fez carne e habitou entre nós…” João 1:14.
[vi]“e ela deu à luz a seu filho primogénito, envolveu-o em panos, e o deitou numa manjedoura…” Lucas 2:7.
[vii] Lucas 2:15, 16.
[viii] “Entrando na casa…” (Mateus 2:11). Não entraram na estrebaria. Quando chegaram Maria já estava instalada numa casa. Herodes mandou matar os meninos de dois anos para baixo porque essa deveria ser a idade de Jesus.
[ix] Mateus 2:13-15.
[x] Mateus 26:53.
[xi] “… Cristo Jesus, que sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas a si mesmo se esvaziou…” Filipenses 2:5-7).
[xii] Filipenses 2:9-11.
[xiii] “… mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, em Cristo Jesus nosso Senhor.” (Romanos 6:23).
Não tentes subir sofregamente. Subir para seres senhor e dono da tua vida; subir para seres auto-suficiente; subir para teres segurança em realizações, riqueza, sabedoria, posição, ou fama. Neste tipo de subidas, a queda é certa.
Desce de uma vida centralizada em ti próprio; desce do pedestal de querer ser visto, reconhecido e (até) idolatrado; desce do podium da declaração de independência. A subida é garantida. “Aquele que quiser ganhar a sua vida perdê-la-á, mas aquele que a perder por amor de mim, ganhá-la-á” Mateus 16:25 (paráfrase minha).
Aceita aquele que desceu e serás elevado. Reconhece Aquele que, sendo Filho de Deus, fez-se filho do homem, para que nós, filhos dos homens, possamos ser filhos de Deus. Ele tomou a natureza humana para que possamos ser participantes da natureza divina. Ele aceitou a mortalidade na cruz para que possamos viver a felicidade e imortalidade da Vida Eterna[xiii].
Concluindo, querer ser Deus torna o homem miserável. Aceitar o Deus que se fez homem, torna-o melhor homem. Afinal, para quê querer ser Deus quando Deus quis ser homem? Vamos viver e apreciar a maravilha de sermos homens, a maravilha de sermos amados por Deus e de podermos amá-lo…
[i] Em relação a Lúcifer é dito: “… tu dizias no teu coração: (…) serei semelhante ao Altíssimo” Isaías 14:13, 14.
[ii] “… no dia em que comerdes desse fruto, os vossos olhos se abrirão, e sereis como Deus…” Génesis 3:5.
[iii]“… edifiquemos para nós uma cidade e uma torre cujo cume toque no céu” Génesis 11:4.
[iv]Nabucodonosor (Daniel 4:29, 30); Herodes (At 12:21-23) são exemplos bíblicos. Pela História, muitos imperadores e reis reclamaram estatuto de divindade.
[v]“O Verbo se fez carne e habitou entre nós…” João 1:14.
[vi]“e ela deu à luz a seu filho primogénito, envolveu-o em panos, e o deitou numa manjedoura…” Lucas 2:7.
[vii] Lucas 2:15, 16.
[viii] “Entrando na casa…” (Mateus 2:11). Não entraram na estrebaria. Quando chegaram Maria já estava instalada numa casa. Herodes mandou matar os meninos de dois anos para baixo porque essa deveria ser a idade de Jesus.
[ix] Mateus 2:13-15.
[x] Mateus 26:53.
[xi] “… Cristo Jesus, que sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas a si mesmo se esvaziou…” Filipenses 2:5-7).
[xii] Filipenses 2:9-11.
[xiii] “… mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, em Cristo Jesus nosso Senhor.” (Romanos 6:23).
Hugo Pinto, 24.12.2009
Colocado em 24.12.2009
Colocado em 24.12.2009