Hugo Chiote Pinto
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No Natal, quais os presentes?

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Natal é um tempo onde as pessoas centralizam-se muito em presentes. A maioria fica à espera de receber este e aquele presente. Fazem-se desejos, listas, pedidos, créditos para adquirir o “tal” tão desejado.

Muitas crianças pedem ao Pai Natal. Os mais elucidados acerca dessa fantasia pedem ao cônjuge, pai, família, banco, etc. Muitos pedem a Deus. Reconhecem-no como Soberano, cheio de amor e poder. Logo, porque não acreditar que se pode receber dele tudo o que se precisa?

A realidade é que no primeiro Natal, reis empreenderam uma grande viagem não para procurar receber alguma coisa, mas para oferecer. E foi assim, que passados aproximadamente dois anos, encontraram Jesus e ofereceram-lhe “ouro, incenso e mirra” (Mateus 2:11).

Natal é entendermos que Deus já nos deu tanto em Jesus Cristo, que somos motivados a dar-lhe algo em resposta.

Quando compreendemos o que é o Natal, em vez de procurarmos receber a prenda certa, procuramos oferecer a prenda apropriada. É também saber a quem oferecer – não apenas chegados e amados, ou maltrapilhos e necessitados; mas acima de tudo, tal como fizeram os Reis do Oriente, a Jesus.

Mas o que oferecer a Jesus? Tantos são rapidamente levados pelo pensamento de que sendo Deus, ele não precisa de nada e por isso só lhe pedem. Mas pare um pouco esse tipo de mentalidade. Observe o exemplo dos Reis do Oriente e entenda o que poderá oferecer a Jesus.

Ouro

Quando os reis do Oriente ofereceram ouro a Jesus, estavam a reconhecer a sua Realeza. Uma realeza acima das suas, acima de todos os outros reis – reconheceram-no como o Rei dos reis e Senhor dos senhores.

Ouro fala de valor, de posses. Precisamos, à semelhança destes reis, oferecer a Jesus as nossas posses, os nossos bens – o nosso ouro.

Jesus afirmou sobre esta questão: “qualquer de vós que não renuncia a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo” (Lucas 14:33, AEC). Renunciar ao que se tem, entregar o ouro, é aceitar e viver que nada mais é nosso, mas tudo é dele. Não somos mais donos do que está na nossa mão, mas mordomos. E requer-se de cada mordomo que seja fiel. Ou seja, que não faça a sua própria vontade, mas a vontade do dono.

O que ganhamos com isso? O que temos, debaixo do governo de Deus, fica melhor governado, mais protegido e abençoado. Para além disso, tomamos posse daquilo que o ouro não pode comprar…

Incenso

Quando os reis ofereceram incenso a Jesus, estavam a reconhecer a sua Divindade. Incenso era queimado aos deuses como forma de culto, ou adoração.

Precisamos oferecer a Jesus adoração. Ele não foi apenas um bom homem para ser admirado. Ele é Deus. E como tal é digno de ser adorado.

A Adoração que Deus aceita não está relacionada com liturgias, rituais, ou eventos; palavras, atos isolados, ou canções melodiosas. Adoração verdadeira tem a ver com o tipo de vida que vivemos: que atitudes temos; que decisões tomamos; que comportamentos adotamos. E isto no dia a dia; no quotidiano da vida. Adoração que sobe a Deus como incenso agradável é quando não lhe dou uma parte da minha vida, mas quando entrego toda a minha vida – tudo o que sou, em todo o tempo. Então, torno-me um “sacrifício vivo, santo e agradável” (Romanos 12:1), e entrego a Deus o verdadeiro incenso da adoração.

Mirra

Quando os reis ofereceram a Jesus mirra, reconheceram a sua humanidade. A mirra é uma planta medicinal que tem propriedades antimicrobianas; adstringente; antiinflamatória; anti-séptica; aromática; cicatrizante; desodorante; desinfetante; anestésica e rejuvenescedora.

A palavra mirra origina-se do hebraico “maror” ou “murr”, que significa "amargo". Isto porque a planta é deveras amarga.

A mirra fala de sofrimento. É amarga e era muito usada para curar feridas (sofrimentos) e como analgésico para suportar a dor.

Precisamos oferecer a Deus o nosso esforço e dedicação ao seu propósito num tal nível, que estejamos prontos para o sacrifício e o sofrimento. Não o tipo de sofrimento autoflagelado, para agradar a Deus. Mas o sofrimento que possa advir do cumprimento da sua vontade e propósito.

Aquilo que Paulo disse a Timóteo: “Sofre, pois, comigo, as aflições como bom soldado de Cristo Jesus” (2Timóteo 2:3, AEC). E também aos Filipenses: “Pois vos foi concedido, por amor de Cristo, não somente o crer nele, como também o padecer por ele.” (Filipenses 1:29, AEC).

Oferecer mirra é a minha prontidão em sacrificar-me, em renunciar a muitas coisas e a expor-me a vários sofrimentos, para cumprir a sua vontade.

Requisitos para o discipulado

Jesus estabeleceu três requisitos em Lucas 14:25-35 para sermos seus discípulos. Neles vemos claramente uma ligação com as três ofertas dos reis do Oriente:

(1) Amar Jesus acima de todos (Lucas 14:26). É deixar de querer ser o centro, ou deixar que qualquer outra pessoa ocupe esse lugar. A partir daqui, estou pronto a colocar Deus no centro e a Adorar (Incenso).

(2) Tomar a cada dia a cruz (Lucas 14:27). É estar pronto a enfrentar sofrimento e sacrifício (Mirra).

(3) Renunciar a tudo o que tenho (Lucas 14:33). Entregar tudo a Deus para que ele seja o dono e Senhor (Ouro).

Natal: dar o que se tem

Entender o Natal não é ficar à espera de receber bens; é abrir mão deles. Não é querer ser reconhecido e amado; é ser um adorador. Não é procurar conforto; é estar pronto aos maiores sacrifícios.

Os reis do Oriente não ofereceram aqueles presentes para serem admirados, mas para serem imitados.

Aquele que deu o seu Filho não merece o nosso ouro? Aquele que nos criou não merece a nossa adoração? Aquele que foi torturado e sacrificado brutalmente por nós, não merece o nosso sacrifício?

Natal é tempo de entender que ter o que se quer não é tão importante como dar o que se tem.

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Hugo Pinto, 24/12/2012
colocado em 24/12/2012
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